domingo, 14 de abril de 2019

MARX E FREUD NA LEITURA DE ERICH FROMM: ALGUNS APONTAMENTOS




MARX E FREUD NA LEITURA DE ERICH FROMM: ALGUNS APONTAMENTOS


Henrique BISETTO1

Resumo: O aparato teórico utilizado por Erich Fromm em suas análises da sociedade contemporânea tem como base duas principais fontes: Marx e Freud. A aproximação destas distintas correntes de pensamento também aconteceu com os teóricos críticos do Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, como Max Horkheimer, Theodor Adorno e Herbert Marcuse. Erich Fromm fora membro do Instituto tendo contribuído decisivamente para as aproximações da psicanálise e do marxismo quando dos primeiros anos desta instituição. Posteriormente, rompe com o Instituto e desenvolve uma análise original da sociedade contemporânea, cujo principal referencial teórico é uma leitura singular das obras de Marx e Freud.

Palavras-chave: Erich Fromm. Marx. Freud. Teoria crítica. Humanismo.


MARX AND FREUD IN ERICH FROMM READING: SOME NOTES


Abstract: The theoretical apparatus used by Erich Fromm on his analysis of contemporary society is based on two main sources: Marx and Freud. The approach of these different chains of thought also happened with the critical theorists of the Institute for Social Research at the University of Frankfurt, as Max Horkheimer, Theodor Adorno and Herbert Marcuse. Erich Fromm was member of the Institute, where he contributed decisively to the convergence of psychoanalysis and Marxism in the early years of this institution. Afterwards, he breaks his ties with the Institute and develops an original analysis of contemporary society, with the main theoretical framework being a singular way of reading the works of Marx and Freud.

Keyworks: Erich Fromm. Marx. Freud. Critical theory. Humanism.

Introdução



Fromm viveu boa parte do século XX, tendo acompanhado de perto alguns dos principais acontecimentos deste período: a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa, a ascensão do Partido Nazista na Alemanha, o Fascismo na Itália, o stalinismo na URSS, a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Suas obras procuravam responder às dúvidas, desafios, expectativas e temores de seu tempo, nas quais percebemos um traço particular de análise dos problemas sociais

1 Graduando em Ciências Sociais. UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara – SP – Brasil. 14800-901 - hbisetto@yahoo.com.br

Erich Fromm teve um papel significativo no que se refere ao desenvolvimento do pensamento social do século XX. Apesar de ter recebido uma repercussão significativa de seu trabalho na época em que escreveu, hoje em dia, sua obra é pouco mencionada nas análises sociais, sendo que sua contribuição, neste sentido, teve mais repercussão no campo da psicologia e psicanálise.

O Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt



A união entre psicanálise e pensamento social foi uma das características das pesquisas realizadas no Instituto para Pesquisa Social localizado na Universidade de Frankfurt (Alemanha), a célebre Escola de Frankfurt ou Teoria Crítica.

Autores com origens intelectuais e influências teóricas distintas reuniram-se a partir de 1923, em Frankfurt, empreendendo uma crítica radical daquele tempo. Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Leo Lowenthal, Franz Neumann, Erich Fromm, Otto Kirchkeimer, Friedrick Pollock e Karl Wittfogel foram alguns dos pensadores que participaram do  círculo frankfurtiano [...] De diferentes maneiras, traduziram a desilusão de grande parte dos intelectuais com respeito às transformações do mundo contemporâneo, seu ceticismo quanto aos resultados do engajamento político revolucionário, mas também o desejo de autonomia e de independência do pensamento. (MATOS, 1993, p. 5).

No início, seus fundadores cogitaram a possibilidade de nomear o Instituto como Instituto para o Marxismo, mas preferiram Instituto para Pesquisa Social. Isso pode ser explicado por dois fatores principais: o primeiro era o anticomunismo reinante nos meios acadêmicos alemães entre 1920-1939; o segundo, de que havia discordâncias entre a leitura que os membros do Instituto faziam das obras de Marx com relação à concepção mais vigente do marxismo da época (MATOS, 1993). Seja como for, pode- se perceber a forte influência do pensamento de Marx na orientação das pesquisas feitas ali. Deste modo, seu surgimento foi importante, pois “preenchia uma lacuna existente na universidade alemã quanto à história do movimento trabalhista e do socialismo” (MATOS, 1993, p. 12).
As pesquisas sociais realizadas pelos teóricos ligados à Universidade de Frankfurt tinham uma orientação de crítica à organização social da época, sendo, portanto, politicamente de esquerda. Sobre o contexto histórico do surgimento do Instituto.


A ascensão do nazismo, a Segunda Guerra, o “milagre econômico” no pós-guerra e o stalinismo foram os fatores que marcaram a Teoria Crítica da Sociedade, tal como esta se desenvolveu dos anos 20 até meados dos anos 70. (MATOS, 1993, p.6).

Estes acontecimentos muito intrigavam os pesquisadores frankfurtianos que não estavam satisfeitos com as explicações teóricas vigentes, fossem elas vindas do pensamento conservador ou da interpretação marxista hegemônica da época. Assim, buscaram um novo método de análise social marcado pela interdisciplinaridade na pesquisa, cujas principais disciplinas do saber utilizadas nas pesquisas eram a Filosofia, a Sociologia e a Psicologia – orientada de acordo com o projeto psicanalítico de Freud (ASSOUN apud CASTRO; LIMA, 2014).
Aqui se faz necessário uma breve explanação sobre a interdisciplinaridade do Instituto, principalmente no que se refere às ligações entre a teoria psicanalítica freudiana e o marxismo. Tentar-se-á indicar as linhas gerais dos vínculos entre a Sociologia e a Psicologia, estabelecidos pelos membros do Instituto. Além disso, indicar também a importância da psicologia, em especial da Psicanálise, na compreensão dos fenômenos sociais.
A grande referência teórica dos autores da Universidade de Frankfurt no que diz respeito aos estudos dos fenômenos psicanalíticos foi Sigmund Freud (1856-1939).
Freud foi o


[...] criador da psicanálise, e um dos autores que mais profundamente revolucionaram o pensamento de nossa época [...] Formou-se em medicina na Universidade de Viena (1881) [...], mais tarde tornou-se professor da universidade, passando também a manter um consultório em Viena. Começou a desenvolver sua teoria psicanalítica no início  do século, alcançando grande fama e notoriedade [...]. A teoria freudiana teve grande impacto não só na psiquiatria e na psicologia, mas na filosofia e nas ciências humanas e sociais em geral. Especialmente para a filosofia, sua revelação do inconsciente como lugar de nossos desejos reprimidos, origem de nossos sonhos e fonte de nosso imaginário, provocou um profundo questionamento da tradição filosófica racionalista que definia o homem precisamente por sua consciência e racionalidade. [...] Freud desenvolveu assim um exame de um lado da natureza humana em grande parte ignorado até então pela filosofia, forçando a revisão da conceituação filosófica do pensamento, da razão, da consciência e da vontade. (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2006, p.116-117).

Hoje em dia obra de Freud é reconhecida como uma grande contribuição para se pensar o ser humano, tanto em sua esfera individual quanto na esfera social. Porém, a princípio a teoria freudiana foi recebida com receio pelos marxistas. Trotsky (1879- 1940) havia se mostrado favorável às descobertas psicanalíticas de Freud, porém sua voz não foi escutada nos círculos comunistas, onde a orientação pavloviana2 era mais forte e, também, existia um tabu a respeito de Freud e seus seguidores. Reich, ex- discípulo de Freud, que havia tentado uma conciliação deste ao pensamento marxista tinha sido expulso tanto do partido comunista alemão como do movimento psicanalítico alemão. Além disso, tanto conservadores quanto revolucionários estavam de acordo que o pessimismo de Freud no que se refere às possibilidades de transformação social eram incompatíveis com as esperanças revolucionárias de um verdadeiro marxista (JAY, 1986).
O “pessimismo de Freud” no que se refere ao ser humano em sua vivência em sociedade pode ser sintetizado tal como em Matos (1993), que expõem as implicações da teoria freudiana nas análises sociais,

Em A civilização e seus descontentes, Freud apresentou o dilema de toda vida civilizada: em primeiro lugar, a antítese entre a busca individual de autogratificação e a necessidade de princípios gerais de justiça aos quais devem se submeter todos os membros da sociedade. As tendências hostis ou anti-sociais não se originam em um instinto de morte, mas na própria energia da vida. (MATOS, 1993, p.36-37).

E completa tal argumentação citando uma passagem do próprio Freud onde isso fica evidente:

Quase toda relação emocional muito íntima entre duas pessoas que dura algum tempo – casamento, amizade, relações entre pais e filhos – deixa sentimentos de aversão e de hostilidade que só escapam à consciência como resultado da censura, da repressão. Se tal aversão e hostilidade estão presentes até mesmo em relações íntimas, pode-se imaginar o quanto estão manifestas nas relações nas quais não se encontram ligações libidinosas, sensuais, primárias. (FREUD apud MATOS, 1993, p.37).

Posteriormente, as teorias de Freud foram recebidas, basicamente, de duas maneiras distintas dentre os marxistas: um grupo ressaltava a materialidade das

2 Ivan P. Pavlov (1849-1936) foi um fisiólogo russo que procurou explicar o funcionamento da consciência como algo que derivava de “reflexos condicionados e não condicionados”, fruto de reações fisiológicas. A psicologia pavloviana foi bastante estimulada, em detrimento de outras teorias, na URSS (BOTTOMORE, 2013, p.485).

descobertas freudianas, característica que possibilitaria a teoria de portar uma verdade científica, tal como o marxismo; enquanto outro grupo via na psicanálise e no pessimismo cultural de Freud uma naturalização da sociedade burguesa, da ordem capitalista (CASTRO; LIMA, 2014).

Uma questão urgente: o nazismo



Apesar das divergências teóricas, havia certa urgência no sentido de desenvolver um referencial teórico capaz de explicar um fenômeno social que havia surgido na sociedade alemã e que se expandia em um ritmo assustador: o nazismo e a forte adesão da população à propaganda deste regime (CASTRO; LIMA, 2014).
No livro A Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991, de Eric Hobsbawm (1995), buscamos as principais referências teóricas para a compreensão do contexto histórico do século XX. No capítulo 4, “A queda do liberalismo”, que trata do fascismo e do nazismo, há uma interessante epígrafe que aponta para as dificuldades do teórico social na tentativa de compreender o que foi este regime alemão que tomou o poder em 1933:

No nazismo, temos um fenômeno difícil de submeter-se à análise racional. Sob um líder que falava em tom apocalíptico de poder ou destruição mundiais, e um regime fundado numa ideologia absolutamente repulsiva de ódio racial, um dos países mais cultural e economicamente avançados da Europa planejou a guerra, lançou uma conflagração mundial que matou cerca de 50 milhões de pessoas, e perpetrou atrocidades – culminando no assassinato mecanizado em massa de milhões de judeus – de natureza e escala que desafiam a imaginação. Diante de Auschwitz, os poderes de explicação do historiador parecem deveras insignificantes. (KERSHAW apud HOBSBAWM, 1995, p.113).

O terror nazista desafiava os cientistas sociais a encontrar explicações para a grande adesão da população da Alemanha, “um dos países mais cultural e economicamente avançados da Europa”, ao regime de Hitler.

As explicações oferecidas pelo marxismo vulgar eram insuficientes. A questão não estava em saber como a social democracia tinha, ou não, iludido os operários, mas em saber por que estes se tinham deixado iludir, nem em saber se a propaganda burguesa era ou não eficaz, mas em saber por que a contra propaganda marxista era ineficaz. (ROUANET, 1986, p.14).

Diante dessa situação, a psicanálise aparecia como uma importante ferramenta teórica que, “[...] enquanto disciplina do funcionamento psíquico, oferecia mecanismos para uma explicação que complementasse a história enquanto força motriz de seu movimento.” (CASTRO; LIMA, 2014, p.5).

[...] se o marxismo, enquanto ‘crítica a economia política’ desnuda a desrazão objetivamente imanente a razão capitalista, a psicanálise, enquanto crítica da consciência, pode revelar os mecanismos pelos quais o objetivamente irracional se converte ao seu contrário, e é vivido como subjetivamente racional. (ROUANET, 1986, p.122).

Com as descobertas freudianas sobre o inconsciente era possível explicar a “irracionalidade” do nazismo que, quando combinada com uma análise marxista, possibilitava uma compreensão mais profunda dos diversos elementos relativos a complexidade deste novo fenômeno social. E é justamente este o contexto no qual começa a surgir uma teoria que aproximava o marxismo do freudismo. Esta tentativa, porém, implicava em uma alteração do marxismo tradicional. Neste sentido, é comum lermos nos textos da teoria crítica a afirmação de que a apropriação das teorias de Marx pelos pesquisadores a ela vinculados acontece de uma maneira não dogmática. Essa alteração das teorias do marxismo tradicional foi chamada por alguns estudiosos de “neomarxismo”.

[…] la tentativa del Institut für Sozialforschung para introducir el psicoanálisis em su Teoría Crítica neomarxista fue así un paso atrevido y poco convencional. Fue también uma señal del deseo del Institut de dejar atrás la camisa de fuerza del marxismo tradicional. (JAY, 1986, p. 52).


Erich Fromm e o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankurt



Cabe apontar alguns fatos importantes da aproximação entre psicanálise e pensamento social nos autores vinculados à Escola de Frankfurt. Horkheimer, um dos principais pensadores da Teoria Crítica, começou a se interessar por Freud na década de 1920. Seu interesse foi parcialmente estimulado por Leo Lowenthal — sociólogo posteriormente vinculado ao Instituto —, que havia tido contato com a psicanálise por meio de Friede Fromm-Reichmann (esposa de Erich Fromm). Em 1929, Horkheimer convence Karl Landauer, ex-aluno de Freud, a formar o Instituto Psicanalítico de

Frankfurt, a primeira organização declaradamente freudiana a vincular-se a uma universidade alemã3. Posteriormente outros membros foram se unindo ao Instituto Psicanalítico, dentre eles, Heinrich Meng, Erich Fromm e Friede Fromm-Reichmann. Erich Fromm havia sido indicado por Lowenthal, de quem já era amigo há mais de dez anos, e se estabelece como uma das figuras mais importantes no que se refere à tentativa de aproximação entre Marx e Freud (JAY, 1986). Como afirma Martin Jay, “fue así básicamente a través de la obra de Fromm como el Institut intentó reconciliar a Freud e Marx” (JAY, 1986, p.155).
Assim, aos poucos, a conciliação entre elementos marxistas e freudianos foi acontecendo. Porém, houve diferentes abordagens no que se refere a esta tentativa. As diferenças aconteceram tanto entre os teóricos críticos quanto em autores que não necessariamente eram vinculados à Universidade de Frankfurt. Wilhelm Reich, por exemplo, que não era vinculado ao Instituto, afirmava que a repressão sexual trazia por conseqüência nos indivíduos o conservadorismo político, enquanto a liberdade sexual propiciaria condições para uma postura revolucionária surgir. Repressão sexual e dominação política estariam, portanto, relacionadas. Assim, os níveis de liberdade ou repressão sexual estariam relacionados à dominação política, e a sexualidade passa a ser considerada, nesta linha de raciocínio, um elemento decisivo para se pensar a emancipação social.
Dentre os frankfurtianos, duas obras se destacam a respeito desta problemática: Dialética do Esclarecimento, 1947, de Adorno e Horkheimer; e Eros e Civilização, de 1955, de Marcuse. Ambas estavam amparadas em uma leitura mais ortodoxa das obras de Freud, ainda que as conseqüências para a práxis fossem divergentes entre elas, como veremos mais adiante. Em a Dialética do Esclarecimento, os autores utilizam o conceito freudiano de inconsciente para explicação de fenômenos sociais como indústria cultural, antissemitismo, bem como problematizam os limites e as possibilidades do projeto iluminista do esclarecimento. Em Eros e Civilização, Marcuse toma como base o conceito freudiano de pulsão para analisar ao indivíduo reprimido e à civilização repressora (CASTRO; LIMA, 2014). A visão trágica de Freud a respeito dos rumos da civilização – seguindo o raciocínio de que civilização implica necessariamente repressão – estava presente nas conclusões de Adorno e Horkheimer. Em Marcuse, porém, o “Freud revolucionário” é resgatado e se vislumbra na práxis uma possibilidade


3 O próprio Freud escreveu uma carta de agradecimento a Horkheimer (JAY, 1986, p.154).

de emancipação por meio de, dentre outras coisas, da libertação sexual e da experiência estética (JAY, 1986, p.183).
A respeito deste problema, qual seja, das aproximações entre Marx e Freud, pode-se observar uma abordagem singular desta questão nas obras de Erich Fromm. O texto que segue tentará indicar as singularidades da metodologia freudo-marxista4 desenvolvida por Fromm.

Marx e Freud: a leitura de Erich Fromm



Em Beyond the Chains of Illusion. My Encouter with Marx and Freud, de 1962, traduzido em português por Meu encontro com Marx e Freud (1965), livro no qual Erich Fromm faz sua “autobiografia intelectual”, onde explica as razões que o levaram a se interessar por Marx e Freud, assim como também a tentativa de conciliar estas duas escolas de pensamento, escreve o autor que,

Perturbava-me profundamente as questões relacionadas com os fenômenos individuais e sociais, e ansiava por encontrar uma resposta. Tive-a nos sistemas de Freud e Marx. Mas fui também estimulado pelo contraste entre os dois e pelo desejo de resolver essas contradições. (FROMM, 1965b, p. 14, grifo nosso).

Devido aos limites deste trabalho, não entraremos em detalhes pessoais que teriam influenciado o autor a se interessar pelos autores acima citados. Detenhamo-nos, pois, em questões referentes à sua metodologia de análise, em especial acerca de sua interpretação das obras de Marx e de Freud e da conciliação que surge a partir dela.
Fromm fez parte do grupo de intelectuais ligados à “Escola de Frankfurt” nos primeiros anos de funcionamento desta Instituição, tendo contribuído decisivamente para as aproximações teóricas que resultaram no freudo-marxismo característico do Instituto, como foi afirmado anteriormente. Porém, no final da década de 1930, rompe os laços com o Instituto e, por conta de sua formação em psicanálise, passa a se dedicar ao trabalho clínico5 (JAY, 1986).
Esta aproximação com o trabalho clínico serviu como um “estímulo invalorable para su obra especulativa, estímulo del que carecieron los otros miembros del Institut”,



4 Termo utilizado por Rouanet (1986).
5 No texto que segue voltaremos a abordar a questão da saída de Erich Fromm e seus motivos.

segundo Jay (1986, p.158). De acordo com as palavras de Erich Fromm em Meu encontro com Marx e Freud,

No que se relaciona com minhas teorias psicológicas, tive um excelente ponto de observação. Por mais de trinta e cinco anos pratiquei psicanálise. Examinei minuciosamente o comportamento, as associações livres e os sonhos das pessoas a quem psicanalisei. Não há uma única conclusão teórica sobre a psique humana, neste livro ou nos outros que escrevi, que não se baseie numa observação crítica do comportamento humano, feita no decorrer de meu trabalho como psicanalista. (FROMM, 1965, p.15).

Essa experiência clínica fez com que Fromm, após dez anos de trabalho clínico, discordasse de alguns elementos do sistema freudiano de análise psicanalítica. Assim, essa interpretação não ortodoxa da obra de Freud lhe rendeu o rótulo de “revisionista”, acusação com a qual ele nunca concordou. Além de Fromm, outros ex-discípulos de Freud como, por exemplo, Wilhelm Reich e Carl Gustav Jung, eminentes psicanalistas, também foram chamados de revisionistas. A respeito do rótulo de revisionista, Erich Fromm se justificou em uma carta a Martin Jay em 1971.

No he dejado nunca el freudismo [...] a menos que se identifique a Freud con su teoria de la libido [...] Considero que el logro básico de Freud es su concepto del inconsciente, sus manifestaciones en la neurosis, los sueños, etc., la resistência y su concepto dinâmico de carácter. Estos conceptos han conservado para mí su importância básica em toda mi obra, y decir que porque rechacé la teoria de la libido he renunciado al freudismo es una declaración muy drástica posible solo desde el punto de vista del freudismo ortodoxo. Em cualquier caso, nunca renuncié al psicanálisis, nunca he querido formar una escuela própria [...] He criticado siempre la ortodoxia freudiana y los métodos burocráticos de la organización internacional freudiana, pero toda mi obra teórica está basada em lo que considero los hallazgos más importantes de Freud, com la excepción de la metapsicología. (JAY, 1986, p.157).

No texto que segue pontuamos, em linhas gerais, as principais críticas que Fromm faz a respeito das limitações do pensamento de Freud, motivo pelo qual ele foi chamado de revisionista. A primeira crítica ao pensamento de Freud, e talvez uma das que mais lhe causou divergências com outros psicanalistas, foi referente à importância excessiva que Freud teria dado à sexualidade, no sentido de interpretar todas as paixões humanas como motivadas por instintos sexuais. Assim, Fromm é um crítico do complexo de Édipo freudiano. Tal complexo, em linhas gerais, afirmava que todo homem teria desejos inconscientes de se relacionar sexualmente com a própria mãe e,

por conseqüência, também assassinar o próprio pai. Para exemplificar esse caso, Freud recorreu ao livro Rei Édipo, do grego Sófocles, no qual o personagem principal, Édipo, se casa com a mãe, por engano, e, sem o saber, acaba assassinando o pai. Daí o nome, complexo de Édipo. De acordo com Fromm, a ênfase à sexualidade na teoria de Freud acontecia porque ele estava preso ao “materialismo burguês” de sua época que buscava causas materiais – no caso da medicina, fisiológicas – no diagnóstico do comportamento humano. Sobre o materialismo burguês de Freud, lemos nesta obra que

[...] o dogma do materialismo burguês era o de seus mestres, especialmente o seu mais importante professor, von Brücke. Freud permaneceu sob forte influência do pensamento de von Brücke e do materialismo burguês em geral; e, sob tal influência, foi incapaz de conceber a existência de fortes poderes físicos dos quais não se pudesse demonstrar que tinham raízes fisiológicas específicas. (FROMM, 1980, p.12).

Além disso, houve críticas de Erich Fromm à teoria freudiana para além dos assuntos relacionados à sexualidade. Outra limitação do pensamento do criador da psicanálise foi o fato de ele estar preso ainda à “atitude burguesa e autoritária (patriarcal)” (FROMM, 1980, p.12), típica de seu tempo e de sua classe

Para ele [Freud], sociedade burguesa e sociedade civilizada eram sinônimos; e, embora reconhecesse a existência de culturas peculiares quem eram diferentes da sociedade burguesa, elas não passavam, em seu entender, de culturas primitivas, subdesenvolvidas. (FROMM, 1980, p.27).

Nesse sentido, Freud teria analisado características comportamentais típicas de seu contexto histórico e interpretado elas como comportamentos universalmente válidos. Como, por exemplo, no caso da dominação da mulher na sociedade patriarcal do século XIX, que foi analisado como um fenômeno universal: a mulher como um ser inferior ao homem. Como exemplificado na passagem,

Uma sociedade em que as mulheres fossem iguais aos  homens, em que estes não mandassem por causa de sua alegada superioridade fisiológica e física, era simplesmente inconcebível para Freud.  Quando John Stuart Mill, a quem Freud muito admirava, expressou suas idéias acerca da igualdade das mulheres, Freud escreveu numa carta: ‘Neste ponto, Mill está simplesmente doido’. (FROMM, 1980, p.12).

Além disso, quando Freud considerava as mulheres “essencialmente narcisistas, incapazes de amar e sexualmente frias” (FROMM, 1980, p.14), o que revela que o pensamento dele estava ainda preso aos padrões de comportamento de seu tempo.
Resta outro ponto a ser analisado nas críticas de Fromm ao pensamento de Freud. O primeiro afirma que o segundo, quando analisava seus pacientes, tinha como modelo padrão de sanidade o típico homem de sua classe: de classe média alta e moral burguesa. Por conseqüência, o paciente considerado são era aquele que se adequava ao comportamento padrão do burguês bem-sucedido da época. Mais uma vez, tomava um caso específico – no caso o comportamento de um homem típico de seu tempo e de sua sociedade – e transformava em padrão de validade universal.
Para além das críticas consideradas “revisionistas” do pensamento freudiano, Fromm também foi criticado pelo otimismo que tinha a respeito das possibilidades de emancipação social. Neste sentido, Fromm foi acusado de ter se convertido em uma Pollyanna: “[...] persona absurdamente optimista. Denominación tomada de una popular novela publicada en 1913, Pollyanna de Eleanor Porter, en la cual la protagonista insiste em dar siempre com el aspecto positivo de la realidad.” (JAY, 1986, nota de rodapé, p.173). Fromm não concordava com a denominação.
A respeito desse fato Jay (1986, p.174) considera que,


Es difícil, no obstante, leer sus obras últimas sin arribar a la conclusión de que, em comparación com Horkheimer y los otros miembros del círculo interior del Institut, quienes fueran abandonadas sus vacilantes esperanzas de las décadas de 1920 y 1930, Fromm estaba defendiendo uma posición más optimista.


O rompimento com o Instituto para Pesquisa Social da Escola de Frankfurt



Em 1939, Fromm rompe os laços com a Escola de Frankfurt. Dentre os motivos, o principal é a divergência teórica que ele tinha com os outros autores do Instituto a respeito de sua interpretação das obras de Freud – relatadas anteriormente neste artigo. Um ano depois, Fromm emigra para os Estados Unidos junto a um grupo de intelectuais europeus que fugiam do terror nazista da Alemanha. O contexto de sua emigração é relatado em Hobsbawm (1995, p.151):

O racismo nazista logo provocou o êxodo em massa de intelectuais judeus e esquerdistas, que se espalharam pelo que restava de um

mundo tolerante. A hostilidade nazista à liberdade intelectual quase imediatamente expurgou das universidades alemãs talvez um terço de seus professores. Os ataques à cultura “modernista”, a queima pública de livros “judeus” e outros indesejáveis, começaram quase com a entrada de Hitler no governo.

Neste sentido, Fromm, intelectual, politicamente posicionado à esquerda, e de religião judaica, tinha motivos para temer a expansão nazista que aconteceu rapidamente entre os anos de 1933-1939. Posteriormente, migraram-se também para os Estados Unidos: Horkheimer, Adorno, Marcuse, entre outros intelectuais europeus.
Nos EUA viveu boa parte de sua vida, lecionando em diversas Universidades de renome deste país e tendo uma destacada recepção pública de sua produção teórica (SCHAAR, 1965). É neste período que escreve suas obras mais conhecidas como O Medo à Liberdade (1941), Análise do Homem (1947), A Linguagem Esquecida (1951), A Arte de Amar (1956), A missão de Freud (1959), Conceito Marxista do Homem (1961), Meu Encontro com Marx e Freud (1961), Anatomia da Destrutividade Humana (1972) e Grandeza e Limitações do Pensamento de Freud (1979).
Em 1941, Erich Fromm escreve aquele que é talvez o seu livro mais lido Escape from Freedom, traduzido em português por O Medo à Liberdade. Neste livro percebemos um afastamento cada vez maior do freudismo ortodoxo e dos teóricos de Frankfurt. O Medo à Liberdade é também um marco da aproximação de Fromm às questões “existenciais”. Deste modo, o conceito de alienação de Marx ganhava um peso decisivo, como afirma Jay (1986, p.172): “La noción de alienación, que Fromm había encontrado tan sugestiva en los primeros escritos de Marx, estaba claramente en la raíz de su nuevo enfoque.
No prefácio de O Medo à Liberdade, Erich Fromm explica as razões que o motivaram a ter escrito este livro:

A tese deste livro é que o homem moderno, emancipado dos grilhões da sociedade pré-individualista que simulteneamente lhe davam segurança e o cerceavam, não alcançou a liberdade na acepção positiva da realização do seu eu individual: isto é, a manifestação de suas potencialidades intelectuais, emocionais e sensoriais. A  liberdade, não obstante haver-lhe proporcionado independência e racionalidade, fez com que ele ficasse sozinho e, por conseguinte, angustiado e impotente. Este isolamento é intolerável e as alternativas com que ele defronta são, seja a de escapar do peso dessa liberdade para novas dependências e para a submissão, seja para progredir para  a realização plena da liberdade positiva que se baseia na originalidade e individualidade do homem. (FROMM, 1968, p.10).

É por meio do conceito de “medo à liberdade” que Fromm procura explicar a adesão em massa dos alemães aos ideais nazistas.
Em O Medo à Liberdade, Fromm, sob influência de Freud, desenvolve seus próprios conceitos de estrutura de caráter do homem moderno, porém, sem recorrer a argumentos relativos à sexualidade. Assim, é por meio da análise desta estrutura de caráter que se pode perceber a conexão entre fatores individuais e sociais:

É finalidade deste livro analisar os fatores dinâmicos da estrutura de caráter do homem moderno que o levaram a querer desistir da liberdade nos países fascistas e que predominam de forma tão generalizada entre milhões de nossa própria gente. (FROMM, 1968, p.15).

A adesão em massa de indivíduos a crenças irracionais e violentas seria explicada nesta lógica de raciocínio: “A religião e o nacionalismo, assim como qualquer costume e qualquer crença, por mais absurdos e degradantes que sejam, desde que liguem o indivíduo a outros, são refúgios contra aquilo que o homem mais teme: o isolamento.” (FROMM, 1968, p.26).
As obras posteriores de Erich Fromm seguem a linha de pensamento traçado em Medo à Liberdade, marcando essa nova fase de seu pensamento. Uma característica deste estilo é a aproximação cada vez mais forte do autor com as correntes do humanismo Ocidental.
Além de Freud, outra importante referência para Fromm é a ciência social de Marx. Neste sentido, a leitura que Fromm faz da obra de Marx é uma leitura humanista do socialismo; assim como sua leitura de Freud que ressalta os aspectos humanistas de suas descobertas6.
Para ele, Marx e Freud além de grandes pensadores, foram também grandes humanistas:

Humanismo no sentido de que todo homem representa toda a humanidade, portanto, que não há nada de humano que lhe possa ser estranho. Marx apoiava-se nessa tradição, de que Voltaire, Lessing, Herder, Hegel e Goethe são alguns dos representantes mais destacados. Freud expressou seu humanismo principalmente no conceito de inconsciente. Supunha que todos os homens partilham dos mesmos anseios inconscientes e, portanto, podem compreender-se



6 Além disso, Fromm operava suas análises clínicas com base em um método que ele denominava psicanálise humanista ou psicologia humanista.

mutuamente, uma vez que se disponham a mergulhar no submundo do inconsciente. (FROMM, 1965, p.21-22).

Nesse sentido, o livro Manuscritos Econômicos e Filosóficos de Marx, por exemplo, é um dos livros que mais influenciaram Erich Fromm. Nos Manuscritos, podemos perceber o “jovem” Marx refletindo sobre a sociedade capitalista e a necessidade de superação deste sistema, tudo isto com um forte teor humanista que muito contrastava com a interpretação marxista hegemônica da época, fortemente influenciada pelo Komintern, a “Terceira Internacional”.
O Komintern foi uma instituição criada por Lênin para funcionar como um centro difusor do comunismo para os outros países. Após sua morte, porém, foi comandada por Josef Stálin (1878-1953), líder da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, conhecido por sua postura ditatorial e autoritária. O Komintern agia como um grande partido que impunha subordinação aos partidos comunistas de outros países, em troca de apoio político e financeiro. A estratégia indicada aos outros países, especialmente aos países do capitalismo periférico, era o de desenvolvimento das forças produtivas: primeiro é preciso desenvolver a infraestrutura para que, então, a superestrutura possa se desenvolver. A tarefa principal do revolucionário, de acordo com Moscou, era a de contribuir para este desenvolvimento: seja fazendo alianças com as burguesias locais, seja por meio de uma industrialização forçada em regiões do capitalismo “atrasado” (HOBSBAWM, 1995).
Uma das conseqüências desta leitura “positivista-mecanicista” era que esse determinismo econômico serviu para justificar modelos políticos autoritários e violentos que, ao invés de conduzirem a um projeto político de emancipação humana, a uma sociedade mais justa e igualitária, a uma sociedade menos alienada, conduziram a sociedade num sentido contrário: ao autoritarismo, à subordinação e à diversas formas de alienação (FROMM, 1983, p.73).
Em Conceito Marxista do Homem, Fromm busca, pois, o resgate do marxismo humanista, assim como realiza a crítica aos regimes que se autodenominam como seguidores de Marx, mas que haviam alterado profundamente partes importantes de seu sistema teórico. Segundo Fromm (1983, p.9, grifo nosso) a “União Soviética [...] [é] um sistema de capitalismo de Estado conservador, e não a concretização do socialismo marxista”, assim como a China, que nega “pelos meios empregados, a emancipação do indivíduo que é a própria meta do socialismo”. Ou seja, ao agir desta forma, Fromm

pretende manter-se fiel à tradição marxista ao indicar que o modelo praticado por estes Estados não é coerente com a filosofia de Marx que, ao contrário desses regimes,

[...] representa um protesto contra a alienação do homem, contra sua perda de si mesmo e contra sua transformação em objeto; é um movimento oposto à desumanização e automatização do homem, inerente à evolução do industrialismo ocidental. Ela se mostra implacavelmente crítica para com todas as “soluções” para o problema da existência humana que tentam apresentar propostas negando ou mascarando as dicotomias intrínsecas da existência do homem. A filosofia de Marx tem suas raízes na tradição filosófica ocidental humanista, que se estende de Spinoza, através dos filósofos do iluminismo francês e alemão do século XVIII, até Goethe e Hegel, e sua essência mesma é a preocupação com o homem e com a realização de suas potencialidades. (FROMM, 1983, p.7).


Considerações finais



Em linhas gerais, foi por meio do materialismo histórico e do método dialético que Erich Fromm pôde compreender como funcionava o capitalismo: suas leis próprias, seu funcionamento e seu desenvolvimento. E no sistema freudiano encontrou as respostas para as “estranhas e misteriosas razões das reações humanas” (FROMM, 1965, p.9). A conciliação entre ambas as teorias aconteciam com base no humanismo que Fromm identificava em ambos os autores.
Fazendo um balanço sobre a importância desses autores, Fromm ressalta que: “[...] juntamente com Einstein, eles foram os arquitetos da era moderna [...], cada qual de sua forma singular, encerra elementos da mais alta arte, bem como da ciência, a mais alta expressão do anseio humano de entendimento, sua necessidade de saber.” (FROMM, 1965, p.16).
Porém, os dois autores não têm, segundo Fromm, uma importância simétrica com relação às suas contribuições ao conhecimento humano. Apesar de reconhecer grandezas na descoberta de Freud, escreve Fromm em sua autobiografia intelectual que: “Marx é uma figura de significação histórica com a qual Freud não pode sem mesmo ser comparado”, tendo desenvolvido um sistema de pensamento “de muito maior profundidade e alcance” do que o médico de Viena. (FROMM, 1965, p.17). Ainda assim, Fromm reconhece Freud como o fundador da “Psicologia verdadeiramente científica”, tendo dado “uma contribuição excepcional para a ciência do homem, cuja imagem alterou para todo o sempre.” (FROMM, 1965, p.17).

Desta conciliação surgem interessantes interpretações da sociedade moderna, assim como também duras críticas aos rumos do desenvolvimento econômico tanto dos países “socialistas” quanto dos países “do mundo livre”. Em suma, segundo Fromm, nem os países ditos socialistas nem os países capitalistas eram modelos que possibilitavam que os potenciais humanos se desenvolvessem plenamente. Na URSS, por exemplo, principal referência de modelo alternativo ao capitalismo, o indivíduo era controlado pela burocracia do partido comunista, e sua individualidade, anulada. No “mundo livre”, por outro lado, a mercantilização da vida fazia com que o cálculo fosse introjetado na subjetividade das pessoas, inclusive na consideração de suas relações afetivas; e o consumismo cada vez crescente era mantido por meio de ilusões difundidas pela propaganda em massa.
Sua experiência clínica como psicanalista lhe rendeu uma sensibilidade capaz de se atentar para as principais necessidades e os principais temores do ser humano enquanto indivíduo. Além disso, não deixou de fazer uma arguta crítica social à forma com que as principais potências econômicas de seu tempo estavam organizadas, bem como para o padrão de socialização que elas engendravam nos indivíduos. Deste modo, em uma dialética entre o micro (individual) e o macro (social), Fromm fez uma leitura original de seu tempo, cujo principal referencial teórico era a óptica humanista com que ele leu Freud e Marx.



REFERÊNCIAS


BOTTOMORE, T. Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

CASTRO, E. M. A. de., LIMA, A. F. de. O freudismo e a teoria crítica. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 5, n. 2, p. 108-123, jul./dez. 2014.

FROMM, E. Conceito marxista do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

FROMM, E. Grandeza e limitações do pensamento de Freud. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.

FROMM, E. Meu encontro com Marx e Freud. Rio de Janeiro: Zahar, 1965. FROMM, E. O mêdo à liberdade. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

JAPIASSÚ, H., MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 4.ed.atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

JAY, M. La imaginación dialéctica: una historia de la escuela de Frankfurt. Madrid: Taurus Ediciones, 1986.

MATOS, O. C. F. A escola de Frankfurt: luzes e sombras do iluminismo. São Paulo: Moderna, 1993.

ROUANET, S. P. Teoria crítica e psicanálise. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1986. 
SCHAAR, J. H. O mundo de Erich Fromm. Rio de Janeiro: Zahar, 1965.

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